sábado, 22 de janeiro de 2011

SESSENTÃO DILMAM RIBEIRO – 21/01/2011




Nasceu para ser centro das atenções, os pais Zeca Ribeiro e Sadita, tinham já 2 meninas, Bida e Fiinha, ai chega ele, sonho de todo pai, menino forte, saudável, bonito, dizem (cheguei bem depois), mimado, cheio de vontades, bruto, chegava ser mau,  pelo menos eu achava.
É heterosexual, apesar das duras passagens lá pelo Olho D´Água, quando a Fiinha o obrigava a trocar de roupa com ela. Naquela época, as meninas só usavam vestido. Imaginem o quanto o pobrezinho sofria com a situação. Tomar ovos crus era a diversão dos dois, aí ele tinha de carregar a mercadoria na saia, até o pezão de pequi que tinha no canto do quintal, local preferido para a degustação da iguaria.
Outra diversão dos dois, era se embrenharem pelo cerrado, à procura de frutas silvestres e catando lenha seca prá mãe, no transporte preferido: o carrinho puxado a bode.
Ele tinha seus lados terríveis: Não gostava de cortar as unhas, ou melhor, as deixava crescer prá nos unhar. E que cascos tinha, provocava verdadeiros rasgos na gente. Daí nos uníamos prá cortá-las. Como? Uma vez chegamos a amarrá-lo num Pau Terra que tinha na frente de casa. Depois não podíamos soltá-lo, porque a fera prometia cometer fratricídio, na hora em que fosse solto. Nesse dia tivemos que ter a interferência do Seu Nêgo Correa, que depois da promessa de não ter retaliação, soltou a corda.
Outra mania: quando ia comer, deixava a carne sempre pro final. Às vezes Fiinha, a mais forte, roubava o precioso bem. Gente, vocês não fazem idéia da valentia da figura. Só não batia, porque ela era maior e mais bruta e mais valente
Não sei hoje, mas era medroso que só. Chegava em casa tarde da noite entrava no quarto onde dormíamos Dilce e eu, e carregava a pequena pro quarto dele. Dila que se lascasse com o pavor que tinha de dormir sozinha. Deitava na porta dele, isso dse medo.
A mãe o protegia e procurava satisfazer todas as vontades, tinha todos os direitos e privilégios em casa.
Trabalhador, ou obrigado a ser, desde criança já ajudava em casa, a principio cuidava da horta que a mãe mantinha, por sinal muito grande, já maiorzinho buscava leite nas fazendas vizinhas a Cabeceira Grande. Madrugada, lá ia ele em sua carroça puxada pelo cavalo que de LIGEIRO, tinha mesmo só o nome, sempre acompanhado por sua fiel escudeira e protegida, Dilce, é isso mesmo, sempre tiveram um vínculo muito forte desde a mais tenra idade, os guarda costas e protetores eram os cachorros, Catito, Catita e Kely.
Depois de algumas idas e vindas, nos mudamos para Taguatinga, trabalhou no mercado Bicalho, escritório de contabilidade (onde foi até preso – sua primeira e única passagem pelas barbas da lei), sempre procurando melhoras, foi trabalhar no Iate Clube de Brasília, dali saindo para ingressar na CODEVASF, de onde já é patrimônio, com direito a placa de identificação.
Único homem dessa família de cinco filhos, cresceu, sempre paparicado pelas 4 irmãs e pela mãe, lógico, essa nem sei como explicar tanto amor, predileção beirando adoração,  não que rejeitasse ou não amasse suas meninas, era diferente, ele sempre foi o queridinho da mamãe.
Apaixonado por futebol, a principio jogava no São Jose, time de Cabeceira Grande, mais tarde, junto com Kesser, Toninho, Bueno, João Padeiro e outros, fundou o Vira Copos, o nome do time já diz tudo ou quase tudo sobre seus integrantes, viajavam quase todo final de semana para jogar e lógico, fazer jus ao nome do time.
Na verdade, as viagens se resumiam praticamente a 3 lugares, Unai, cidade preferida por eles, Formosa e Cabeceira Grande.
Essas viagens deram o que falar, até hoje as pessoas comentam a farra que faziam e sentem falta de meninos tão animados e namoradores. Além, é claro, do que aprontavam pela estrada. Quem não conseguia paquera, era jogado no latão de lixo, depois de bêbado, ou tinha de correr pelado na frente do carro, quando iam embora, enfrentando o frio da madrugada.
Dilmam foi muito querido e assediado pelas meninas, namorou muito, até o dia em que conheceu minha melhor amiga e irmã do seu melhor amigo, Maria Jose conseguiu o que muitas tentaram em vão, e hoje, mais de 30 trinta anos passados, aqui estão com seus filhos e netas, Bruno, Ana Paula, César, Ana Carolina e Mariana (ainda na barriga), sempre juntos e felizes.
Uma vez por ano, a casa de mãe se enchia de alegria e também muito trabalho, festa pra mais de semana, acontecia ali a reunião anual dos RIBEIRO, ou dos filhos, genros, nora, netos, bisnetos, amigos da família e de todos que ali chegassem.
Nesse período, tudo, ou melhor, quase tudo era permitido, muita comida, truco, festa. Eram realmente muito alegres esses encontros, ninguém queria ir embora, todos ali muito animados. Vocês devem estar pensando que tal comemoração acontecia no Natal, Ano Novo ou mesmo na Páscoa, nada disso, data especial para Sadita e seus filhos, era janeiro, mais precisamente no aniversário desse queridinho de todas nós.
E aqui estamos nós, hoje, para fazer exatamente a mesma coisa, comemorar com este ser sexagenário.


                       
BOM É SER MINEIRO, BACANA É SER FAMÍLIA RIBEIRO